Flor de Maio – Cultivo e Curiosidades
Flor de Maio
Apesar de morar em apartamento, temos por aqui algumas plantas em vasos e em um terrário, na área de serviço, cozinha e no quarto (sim, quarto de dormir). Claro que não posso me dar ao luxo de ter um jardim completo (ou três, com tínhamos quando morava na casa de meus avós), mas ainda assim temos algumas plantas muito interessantes e bonitas.
Uma delas é uma Flor de Maio (nome científico: Schlumbergera truncata), na área de serviço, que já está comigo há uns bons 15 anos ou mais. Como o próprio nome diz, essa planta costuma florescer no mês de maio, ou ás vezes no final de abril / começo de junho, e neste ano não foi diferente: fomos presenteados com uma belíssima florada, mais abundante inclusive que a do ano passado.
Aproveitando essa bela surpresa, resolvi pesquisar e escrever um pequeno artigo com características e curiosidades desta planta – que é um cacto, nativo do Brasil.
Descrição da Flor de Maio
A flor de maio é uma planta da família das Cactáceas, sendo endêmica nas florestas tropicais da região de montanhas próximas ao litoral do sudeste brasileiro. Mais precisamente, é encontrada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro (principalmente), Minas Gerais e Espírito Santo. Locais onde ela pode ser encontrada de forma selvagem incluem a Serra dos Órgãos e a Serra do Mar, no trecho mais próximo à cidade do Rio de Janeiro.
A planta cresce em altitudes que variam de 700 a 1000 m, em locais com alto índice de umidade e temperaturas relativamente elevadas, geralmente sobre árvores, como epífita ou sobre rochas, como litófita.
Essa planta, assim como outras do gênero Schlumbergera, não possui folhas, sendo que seus caules, de cor verde e achatados, é que realizam a fotossíntese, agindo com se fossem as folhas do cacto.
Entre o meio e o final do outono, principalmente o mês de maio, quando os dias começam a ficar mais curtos, ela produz flores espetaculares, comumente vermelhas ou rosadas, mas há variedades cultivadas da planta que possuem flores amarelas ou brancas.
Ela pode produzir um fruto, de cor vermelha quando maduro, com cerca de 1,2 cm de comprimento e formato que lembra uma pequena pera. Mas para isso é necessário que ocorra fecundação cruzada, ou seja, você vai precisar de ao menos dois exemplares da planta para que ocorra a polinização – que é realizada, na natureza, por beija-flores.
Como cultivar a Flor de maio
A flor de maio é uma planta de fácil cultivo, bastando seguir algumas recomendações simples (dicas de cultivo):
- Tipo de solo: Rico em húmus e de fácil drenagem, por exemplo, uma mistura de terra vegetal, musgo, turfa e areia em partes iguais.
- Vaso: Recomenda-se plantar a flor-de-maio em vasos relativamente pequenos
- Iluminação: Não tolera luz do sol direta, pois se trata de planta de áreas muito sombreadas, mas gosta de locais bem iluminados. Para florescer, necessita de ao menos 12 horas diárias de ausência de luz contínua (escuro).
- Propagação: Por estacas do caule, contendo de um a três segmentos, arrancados manualmente (sem cortar), no verão. Deixe secar por alguns dias, e então plante em vaso com composto adequado. Enraíza mais rapidamente se a temperatura estiver entre 21°C e 27°C, com dias mais longos (mais horas de luz)
- Adubação: Uma vez por semana, na época da floração, com um adubo líquido ou diluído, por exemplo adubo especial para cactos
- Regas: No verão, manter o composto quase seco; quando os botões se formarem, regar bem e pulverizar a planta para aumentar os níveis de umidade.
Curiosidades sobre a Flor-de-Maio
Muitos dos exemplares que as pessoas cultivam em casa são variedades da Schlumbergera truncata ou híbridos desta planta com outras espécies do mesmo gênero, como a Schlumbergera russeliana.
O nome do gênero, Schlumbergera, é uma homenagem feita pelo botânico francês especialista em cactos Charles Lemair ao colecionador (também francês) de cactos e suculentas de nome Fréderic Schlumberger.
A flor de maio foi quase extinta em partes de seu habitat natural, por conta da coleta excessiva para fins ornamentais. O Departamento de Agricultura do Brasil resolveu replantar espécimes nas regiões florestais originais, mas acabou trazendo variedades cultivadas na Europa (e, portanto, diferentes da S. truncata original) e, com isso, é quase impossível saber hoje o status de conservação real da planta na natureza.
Referências
- Anderson, Edward F. The Cactus Family. Pentland, Oregon: Timber Press. 2001
- Seddon, G. O Jardim em Casa. Ed. Círculo do Livro
Muito bom!
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