10 Mitos sobre gatos – desmascarados!
10 Mitos sobre gatos – desmascarados!
Um artigo muito interessante, de nome “Top 10 myths about Cats” (“Os 10 maiores mitos sobre os gatos”), publicado na revista britânica Your Cat Magazine, traz dez mitos sobre gatos que as pessoas costumam acreditar – e que são na verdade, falsos.
A seguir trago um resumo desses mitos, com algumas observações adicionais e histórias curiosas sobre gatos.
1. Gatos pretos dão azar (ou sorte)
A ideia de que gatos pretos dão azar (ou sorte, em algumas culturas) é bastante antiga e ligada a muitas histórias e folclore.
Em muitas culturas os gatos pretos são vistos como portadores da desgraça, pobreza e até mesmo a morte. Existe o mito popular de que se um gato cruzar seu caminho na rua, você terá algum tipo de azar em breve.
Na Alemanha, acredita-se que ao cruzar com um gato preto você pode ter sorte ou azar, dependendo da direção em que o animal se movimenta. Se ele cruzar seu caminho da esquerda para a direita, você terá boa sorte, e da direita para a esquerda, azar.
Em contraste, os gatos pretos são vistos como sinais de boa sorte em alguns lugares, como no Japão.
A ideia de que gatos pretos são portadores de má sorte está arraigada em antigos contos que diziam que eles eram animais companheiros de bruxas e feiticeiros, e que as bruxas podiam se transformar em gatos pretos.
Obviamente, nada disso é real, e gatos pretos são como qualquer outro gato – na verdade, talvez os japoneses tenham um pouco de razão: gatos pretos podem trazer sorte a seus donos – a sorte de serem seus companheiros fiéis, assim como os demais gatos.
2. Gatos precisam beber leite
Muito de nós já vimos a imagem clássica de um gatinho bebendo leite (sempre de um pires!), muito comum em livros, revistas, desenhos animados e filmes.
Porém, o leite (de vaca ou outros de origem animal) não é adequado aos nossos amigos felinos – boa parte dos gatos é intolerante à lactose, possuindo níveis muito baixos da enzima necessária ao metabolismo desse carboidrato, a lactase. Sendo assim, eles tem dificuldade em digerir o leite, o que pode acabar por causar problemas de digestão.
Gatinhos bebês possuem níveis mais elevados dessa enzima, o que os habilita a consumir leite materno (de suas mamães gatas!) sem problemas, mas conforme crescem essa habilidade vai sendo perdida, pois o corpo do animal passa a fabricar cada vez menos lactase.
Resumindo, não é uma boa ideia dar leite ao seu gato.
3. Manteiga nas patas ajuda ao mudar de casa
Essa eu não conhecia, mas aparentemente muitas pessoas acham que, ao mudar de casa, se você esfregar manteiga (ou margarina) nas patas de um gato, os cheiros de sua antiga moradia são “apagados”, e conforme ele lambe a manteiga das patas, vai se acostumando com os odores de sua nova morada, tornando assim o processo de adaptação mais suave.
A verdade é que fazer essa bizarrice irá deixar seu gatinho ainda mais estressado, além de adicionar calorias totalmente desnecessárias à dieta do animal – além de sujar sua casa nova com pegadas engorduradas.
4. Gatos são um perigo para mulheres grávidas
Este é um mito baseado em algo que é real, mas que foi desvirtuado ao ponto de culpar o pobre animal.
Gatos não são um perigo para gestante, porém as fezes dos animais podem conter parasitas que causam a toxoplasmose, uma infecção que pode causar problemas graves ao bebê, podendo inclusive levar ao nascimento prematuro da criança ou ao aborto espontâneo.
Portanto, é uma boa ideia que mulheres grávidas evitem determinadas tarefas, como limpar o banheirinho dos gatos (caixa de areia), para diminuir a possibilidade de contato com suas fezes. Se não houver quem faça isso por elas, deve-se usar luvas descartáveis ao manipular a caixa de areia, limpá-la diariamente, e lavar muito bem as mãos após lidar com o cocô dos felinos.
Também use luvas ao lidar com terra no jardim ou em vasos, pois alguns gatinhos tem o costume de defecar na terra e cobrir seu “trabalho sujo”.
5. Gatos são animais completamente solitários
O gato doméstico é um descendente de gatos selvagens que sobreviviam na maior parte do tempo sozinhos, e por conta disso nosso gatos herdaram esse traço de “personalidade”.
Porém, os gatos podem formar laços profundos com os humanos e também com outros animais – como muitos de nós podemos confirmar por experiência própria.
A habilidade de viver junto a humanos no geral se apoia na socialização e nas experiências que eles têm quando são bem pequenos, nas primeiras semanas de vida.
Gatos conseguem sobreviver por si próprios, devido aos seus instintos naturais, mas certamente podem sofrer muito quando separados de seus “donos”. Em sendo assim, não são animais completamente solitários.
O que os gatos mais gostam é de ter controle sobre si mesmos, e por isso devemos sempre deixar que eles escolham o que querem fazer (evidentemente, dentro do que é seguro para eles). Assim, quando um gato decide ficar a seu lado, é porque ele deseja, e gosta, de sua companhia, sentindo-se feliz e seguro ao lado de seu companheiro humano.
As gatinhas em casa me seguem para todo lado, e costumam sempre ficar no mesmo ambiente em que nós estamos, seja na sala, quarto ou no quintal. Certamente não gostam da solidão plena.
6. Gatos sempre caem de pé
Os gatos normalmente caem em pé (sobre suas patas) devido ao chamado Reflexo de Endireitamento, Trata-se de um reflexo que compõe a anatomia de orientação e balanço do animal, e que permite que o gato rapidamente perceba qual lado é “para cima”, mesmo quando estão em queda.
Conforme caem, conseguem rotacionar o corpo de forma a tocar o chão ou outra superfície com suas patas, em uma posição de equilíbrio, de forma segura.
Porém, nem sempre isso ocorre. A altura da queda influencia a habilidade dos gatos de caírem com as patas no chão ou não. Quanto menor a altura, menor o tempo disponível para que seu reflexo aja e o gato consiga se equilibrar e posicionar, e se o animal cai de uma altura muito baixa, como de uma cadeira, por exemplo, pode não ser possível corrigir sua posição de queda, e o gato pode acabar se machucando, até mesmo com seriedade – caindo de cabeça ou de lado, por exemplo.
Ou seja, se o gatinho cair de uma estante de 2m de altura, deve sair perfeitamente ileso, mas se cair de um sofá, pode se ferir até mesmo com gravidade.
7. Todos os gatos odeiam água
Muitos gatos realmente não são muito atraídos por água, e aparentemente isso ocorre porque os bichanos não gostam de ter seu pelo molhado, ou ainda por descenderem de gatos selvagens, originários de ambientes áridos.
Contudo, algumas raças são famosas por efetivamente gostarem de água, como os Gatos-de-Bengala. Alguns gatos até mesmo nadam, como os gatos Van Turcos, e muitos outros gostam de brincar com água de alguma forma.
Minhas duas gatinhas gostam de observar a água que corre pelo quintal quando regamos a horta ou quando chove, e ambas praticamente imploram para abrirmos a torneira do tanque para que bebam água – uma delas bebe o líquido literalmente molhando as patas e levando a água à boca, como humanos bebendo água com as mãos em forma de concha.
E elas não se importam com a água no fundo do tanque, tampouco com o que espirra nelas embaixo da torneira.
8. É impossível treinar um gato
Sim, é verdade que os cães são muito mais fáceis de treinar, mas também é possível treinar nossos amigos felinos, desde que você consiga motivá-los de forma adequada.
Um dos métodos empregados para treinar gatos é o do reforço positivo, muitos usado para encorajar os gatos a se comportarem da maneira desejada, como por exemplo dormir à noite e fazer suas necessidades no local correto.
É até mesmo possível ensinar alguns truques aos gatinhos, desde que por meio de experiências positivas – e alguns petiscos apetitosos como recompensa.
9. Se um gato come grama, é porque está doente
Um hábito muito comum de muitos gatos é o de mordiscar grama ou outras plantas, e isso parece ser um comportamento inato dos felinos.
Alguns gatos podem vomitar após comer grama, mas muitos não se sentem mal e não vomitam após comer plantas, e não necessariamente estão com algum problema de saúde, mesmo que momentâneo. Ou seja, muitos gatos comem grama simplesmente porque gostam!
Algumas pesquisas sugerem que isso é um comportamento herdado de seus ancestrais, que ajudaria a remover parasitas do intestino dos animais.
Temos duas gatinhas em casa, e uma delas nunca mordiscou uma planta. Já a outra eu apelidei de “taturana”, pois ela não perde a oportunidade de morder as folhas das plantas – e o faz, aparentemente, porque realmente gosta. Deixo espalhados pelo quintal pequenos vasos com grama de gato, que eu mesmo semeio, e ela todos os dias come um pouquinho, como se fosse uma espécie de petisco.
E quando alguém aparece com um vaso de plantas novo em casa, ela chega a miar alto e pular na gente, pois quer cheirar e morder as folhas – mesmo estando perfeitamente saudável.
10. Gatos enxergam no escuro
Os gatos não possuem “visão noturna” – eles apenas precisam de muito menos luz no ambiente do que nós para enxergar. Nenhum gato é capaz de enxergar na escuridão absoluta (nenhum animal, na verdade), porém eles possuem olhos projetados para enxergar com pouca luz.
Os olhos dos animais possuem estruturas chamadas de cones e bastonetes. Os gatos possuem muitos bastonetes, e isso permite que eles tenham uma visão periférica aprimorada, grande senso de detecção de movimento, e a habilidade de enxergar em ambientes mais escuros. Já os humanos possuem mais cones em seus olhos, o que nos permite detectar bem as cores e enxergar com grande definição à luz do dia.
Ah, e as pupilas dos felinos também se abrem bastante, permitindo a entrada de mais luz nos olhos.
Os gatos também possuem uma estrutura nos olhos chamada de “tapetum lucidum“, que é uma camada reflexiva na parte de trás dos olhos que reflete luz de volta para a retina, aumentando ainda mais a quantidade de luz disponível para o gato enxergar. E o tapetum é o que provoca aquele brilho que às vezes vemos nos olhos dos gatos quando iluminados em um ambiente escuro.
Conclusão
Muito do que aprendemos ao longo da vida sobre nossos amigos felinos não está completamente correto – geralmente há algum fundo de verdade em várias das ideias que temos sobre esses animais, mas é comum que nossa visão esteja equivocada, às vezes totalmente.
Neste artigo desmascaramos dez mitos sobre os gatos que grande parte das pessoas acredita serem verdade – mas não o são.
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