Nutrição, Doenças do Coração e Diabetes – Fatores de Risco
Gerenciamento de Risco Cardiovascular
Neste post prossigo com o resumo do curso Nutrition, Heart Disease and Diabetes, oferecido pela Universidade de Wageningen, na Holanda, por meio da plataforma edx.
No post anterior trouxe em linhas gerais uma Introdução à Doença Cardiometabólica. Agora abordaremos os fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Fatores de Risco
Um Fator de Risco é algo que aumenta a chance de uma pessoa adquirir uma doença qualquer. Quando tentamos descobrir o risco de adquirirmos uma doença cardiovascular, temos que leva vários fatores de risco em consideração. Quanto mais fatores de risco tivermos, maior a chance de desenvolver uma doença no futuro.
Há duas categorias de fatores de risco:
- Fatores de Risco Não-Modificáveis: Fatores que não podemos modificar, sobre os quais nada podemos fazer a respeito. Por exemplo, idade é um desses fatores – não podemos modificar nossa idade. Outros fatores não-modificáveis são o gênero (masculino ou feminino) e herança genética.
- Fatores de Risco Modificáveis: Fatores sobre os quais temos controle, e que podemos modificar tomando determinadas ações. Exemplos incluem:
- Hábito de fumar – O tabaco afeta de forma perniciosa nossa saúde de diversas formas. Aumenta o risco de câncer, principalmente de pulmão, danifica o coração e os vasos sanguíneos, por exemplo.
- Pressão Sanguínea – Pressão alta (hipertensão) contribui significativamente para problemas como ataques cardíacos e acidente vascular cerebral, danificando o coração, sistema vascular e os rins, sendo um dos fatores que mais contribui para a mortalidade no mundo todo. Muitas pessoas não sabem que tem hipertensão, pois nada sentem, e só descobrem quando doenças começam a se manifestar.
- Colesterol no Sangue – O colesterol é fabricado no fígado, e seus níveis são influenciados pela dieta. É carregado na corrente sanguínea, em conjunto com outras gorduras, em partículas denominadas lipoproteínas. Existem dois tipos principais de lipoproteínas: LDL (lipoproteína de baixa densidade) e HDL (lipoproteína de alta densidade). O LDL pode causar a formação de placas nos vasos sanguíneos e aterosclerose. É importante manter os níveis de colesterol no sangue em valores baixos, pois é um fator de risco severo para doença coronária do coração.
- Glicose no sangue – Altos níveis de glicose no sangue podem indicar problemas relacionados à diabetes, e é necessário prestar atenção imediata ao se detectar esse fator de risco.
- Índice de Massa Corporal (IMC) – Alto índice de massa corporal indica que a pessoa está desenvolvendo obesidade, ou é obesa, e isso traz sérias implicações para a saúde, principalmente no que diz respeito à doenças cardiovasculares e cardiometabólicas. Falaremos mais sobre esse assunto futuramente.
Tanto os níveis de colesterol no sangue quanto glicose no sangue e pressão sanguínea podem ser diminuídos por meio de alterações na dieta, no estilo de vida e, se necessário, por meio de medicamentos. Eu mesmo faço uso diário de um medicamento para controlar a pressão, o Atenolol, que é um medicamento muito comum para essa finalidade.
Outros fatores de risco incluem a falta de exercícios (sedentarismo), dieta pobre (com muita fast-food, por exemplo) e o consumo excessivo de álcool. Além disso, há fatores como poluição ambiental, excesso de barulho no ambiente, sono inadequado e stress, os quais também tem papel no desenvolvimento de diversas doenças.
As doenças cardiometabólicas se desenvolvem lentamente, ao longo da vida, como resultado de uma dieta inadequada, hábitos de vida não-saudáveis e exposição ao ambiente (poluição, por exemplo). A prevenção é de extrema importância, pois a partir do momento em que uma doença dessa categoria se manifesta, é bem provável que não tenha mais cura, ou pior ainda, podem ser imediatamente fatais. Portanto, mesmo que não tenhamos nenhum sintoma, é importante monitorar esses fatores de risco – pressão arterial, colesterol, glicemia, etc. – pois assim será possível realizar alterações adequadas e tratamentos para prevenir o desenvolvimento de moléstias.
É importante notar que nem sempre um único fator de risco é suficiente para causar uma doença – muitas vezes, as doenças são causadas por uma combinação de fatores de risco, como por exemplo se alimentar mal, fumar e beber álcool em conjunto. Isso ajuda a explicar (em parte) porque algumas pessoas que fumam, por exemplo, vivem até idade avançada sem maiores problemas de saúde, ao passo que outras desenvolvem doenças cardiometabólicas ainda jovens. Porém, no geral, evitar os fatores de risco apresentados é uma boa estratégia para diminuir os riscos de desenvolver problemas ao longo da vida.
Influência do Ambiente
O ambiente em que vivemos pode ter uma grande influência em nossa saúde. A facilidade em conseguir comida via fast-foods, máquinas de refrigerante com refils à vontade, o uso de elevadores em vez de escadas, hamburguerias e pizzarias em cada esquina, uso de automóveis para deslocamento em curtas distâncias e muitos outros fatores acabam por dificultar uma vida saudável – simplesmente há muitas tentações ao nosso redor.
Chamamos a isso de Ambiente Obesogênico, pois todos esses fatores citados tendem a causar obesidade na população, a qual está associada com diversos problemas de saúde, além de aumentar diretamente o risco de diabetes e doenças do coração. A incidência de doenças assim, relacionadas ao estilo de vida, tem aumentado muito ao redor do mundo nas últimas décadas. O estilo de vida sedentário é muito prejudicial à saúde.
No próximo post vou falar sobre alimentação e dietas.