Dinossauros da Patagônia

Dinossauros da Patagônia – História

Fala pessoal! Mais um curso completado na plataforma edx: Dinosaurios de la Patagonia (Dinossauros da Patagônia), e aqui estou eu para compartilhar minhas anotações e resumos de estudos do curso.

Dinossauros são um assunto fascinante, e saber que aqui na América do Sul existe uma riqueza imensa de fósseis de inúmeras espécies é realmente empolgante. E quando vi este curso publicado na plataforma, não tive dúvidas: me inscrevi imediatamente e assim que pude, comecei a assistir às aulas.

O curso, todo em castelhano, é relativamente curto – está mais para um mini-curso – contendo apenas três módulos; mas, ainda assim, o conteúdo ministrado é muito interessante e esclarecedor.

Bem, e o que aprendi afinal de contas? Vamos ver a partir de agora.

Histórico e pesquisas iniciais

O curso se inicia com um resumo da história da descoberta de fósseis na Argentina. No final do século XIX, em uma campanha militar denominada Campanha do Deserto, se fazia necessária a criação de infraestrutura na região, como a instalação de linhas de telégrafo para conectar as cidades de Neuquén e Zapata. Durante a instalação dessas linhas telegráficas, os soldados encontraram objetos curiosos, parecidos com pedras mas que não eram exatamente pedras.

O comandante do grupo, cujo sobrenome era Buratovich, notou que esses objetos eram na verdade materiais fósseis, de algum animal extinto, e os enviou como um presente ao presidente Julio Argentino Roca, que tinha interesse em fósseis (na verdade, ele tinha um pequeno museu em uma de suas residências em Buenos Aires!).

Ao recebê-los, Roca enviou a caixa de fósseis (eram ossos fossilizados) a um homem que tinha conhecimento no assunto, o grande cientista e expert em fósseis patagônicos Florentino Ameghino, o qual tinha um laboratório em Buenos Aires.

Ameghino era especialista em animais representativos da fauna cenozóica da América do sul. A caixa que recebeu do presidente Roca eram os restos de um dinossauro, o primeiro dinossauro a ser reconhecido na América do Sul. Ele publicou um trabalho a respeito em um artigo no jornal La Nación. Nestes trabalhos, ele fala a respeito de duas novas espécies que ele reconheceu como dinossauros da Patagônia: Clasmodosaurus e Loncosaurus, identificadas a partir de um dente e do fragmento de um osso, respectivamente.

Esse trabalho incentivou muitos outros pesquisadores, do mundo todo, a trabalhar na região de Neuquén em busca de mais fósseis. Em 1930 foi publicado, pelo alemão Friedrich Von Huene, o primeiro compêndio sobre a diversidade de dinossauros na América do Sul, provavelmente a primeira publicação científica do gênero no mundo. Neste trabalho são citadas espécies como o Loncosaurus, o Titanosaurus e o Antarctosaurus, entre outras, e influenciou muito cientistas que vieram depois, como José Bonaparte e Rodolfo Casamiquela.

Primeiros Dinossauros na Argentina

Os primeiros dinossauros descobertos foram encontrados no noroeste da Argentina, no Parque Nacional Ischigualasto e no Parque Nacional Talampaya, no limite entre as províncias de San Juan e La Rioja. Rochas com a idade de 230 milhões de anos preservaram formas primevas de dinossauros e outros répteis, além de uma flora diversificada. Um dos dinossauros encontrados na região (mais especificamente em Talampaya) é o Zupaysaurus, o qual representa um dos primeiros exemplos de uma linhagem de dinossauros carnívoros que, mais tarde, viriam a dominar o resto do planeta: os chamados Tetanuranos.

A partir da segunda metade do século XX, inúmeros cientistas, trabalhando na Patagônia, descobriram uma grande quantidade de dinossauros. Um desses cientistas foi Rodolfo Casamiquela, paleontólogo e etnógrafo da província de Rio Negro, na Patagônia, que pesquisava rochas do Cretáceo próximo à cidade de Jacobacci, na qual ele descobriu material fossilizado de dinossauros, e que permitiram a ele idealizar uma hipótese revolucionária: a de que dinossauros da América do Norte migraram para a América do Sul via pontes continentais na área do Caribe. Esse fato teria sido a chave para a compreensão da distribuição dos dinossauros em escala global.

Ele também realizou inúmeras outras pesquisas, como estudos na locomoção dos dinossauros, reconhecendo diferentes padrões de locomoção em linhagens distintas de dinossauros, e posteriormente auxiliando no cálculo de estimativas da velocidade de deslocamento e tamanhos dos corpos dos animais. Há uma especie de dinossauro cujo nome é uma homenagem a ele: o Barrosasaurus casamiquelai.

Mapa da Patagônia Argentina
Mapa da Patagônia Argentina (em vermelho). Fonte: Wikimedia Commons

Outro grande cientista, José Bonaparte, já nos anos 1980, revelou a existência de uma gigante diversidade de dinossauros na região patagônica, principalmente dinossauros do período Jurássico, e também do período Cretáceo. Algumas das descobertas incluem dinossauros famosos hoje como o Carnotaurus, Argentinosaurus e o Amargasaurus, que mostram linhagens de dinossauros sul-americanos totalmente diferentes das encontradas em outras partes do mundo.

Este foi o resumo do primeiro módulo do curso, com algumas informações extras que pesquisei em outras fontes. No próximo post abordarei o segundo módulo, que irá responder a perguntas como “O que é um Dinossauro?” e “O que faz um Paleontólogo?”.

Até lá!

 

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